Transporte rural
Usuários da linha Bachini reclamam dos horários dos ônibus
Segundo relatos, em alguns casos é necessário esperar quase uma hora para embarcar no coletivo
Jô Folha -
Parte dos usuários do transporte coletivo que utilizam a linha Bachini, região da colônia de Pelotas, estão insatisfeitos com o serviço. O motivo da reclamação é a falta de horários e de reposição em relação ao que era ofertado antes da pandemia. A Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) diz que a tabela de horários é avaliada com cautela.
Para conseguir chegar as 7h na escola onde trabalha, no Centro de Pelotas, Maria Raquel Nogueira, 39, pega o ônibus às 5h45min. O problema é que ela precisa caminhar dez minutos até o local de saída do coletivo, já que a linha que passa em frente à sua casa está programada somente para as 6h50min. Logo, chegaria atrasada. "Hoje mesmo, quando eu saio pela manhã, é escuro, é perigoso, ainda mais porque a estrada só tem mato. Eu ligo pra lá (STT) e ninguém resolve nada", reclama.
E os problemas não param por aí. Na volta para casa, Maria Raquel precisa pegar o ônibus das 17h30min, que faz a linha que passa pelo Arroio Moreira/Gama, com trajeto pela avenida Fernando Osório, e é mais rápida. Ao chegar na Escola Estadual Marechal Rondon, no Monte Bonito, é feita a troca para o ônibus do Bachini, que sai do Centro às 17h. Porém, segundo ela, a partir da próxima semana, não será mais realizada essa troca. Com a decisão, ela terá que pegar o ônibus às 18h15min. Este não passa em sua casa e, portanto, novamente ela terá que caminhar.
Maria Raquel lembra que antes da pandemia havia mais opções de horário, como um ônibus às 17h25min no Centro, que, inclusive, a deixava em frente à sua residência. Porém, com a retomada das atividades presenciais, como as aulas, a grade do transporte não voltou ao que era.
Quase uma hora esperando
Para o estudante Dailon Pereira, 17, o problema é a volta para casa. Ele é aluno do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola localizada no Centro de Pelotas. A aula termina às 11h30min, mas o ônibus é só às 12h20min. São 50 minutos sentado, esperando o transporte. "Eu acho que podiam colocar ônibus com horários intercalados", comenta.
Contraponto da STT
De acordo com o secretário Flávio Al-Alam, um dos maiores problemas enfrentados nos coletivos da zona rural é a distância. "Temos linhas que andam com dois passageiros cerca de 40 quilômetros", aponta. Ele lembra que, desde 2019, os moradores da colônia pagam o mesmo valor da tarifa da zona urbana, independentemente da quilometragem. O valor real da tarifa é de R$ 13,00, mas o usuário paga R$ 5,00 e o restante é subsidiado pela prefeitura.
Al-Alam ainda conta que, apesar de parecer que houve uma volta à normalidade pré-pandemia, os dados apontam outra coisa. Em 2019 os coletivos da zona rural transportavam, mensalmente, 60 mil passageiros. Atualmente são no máximo 30 mil. Este fator faz com que as mudanças na grade de horários sejam efetuadas com cautela. Apesar disso, desde fevereiro houve reforço e hoje a operação é realizada com 60% da frota utilizada antes da pandemia, segundo o secretário.
Sobre o caso específico de Maria Raquel, a equipe da STT informou estar ciente da situação, mas a suspensão da mudança de veículo ocorrerá da mesma forma, devido a transtornos aos usuários da linha, como a demora causada pela necessidade de esperar o coletivo do Bachini. Em relação ao deslocamento da usuária, o secretário afirmou que durante a pandemia houve alteração somente nos horários, não nos itinerários.
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